Década de 50 do séc. XX: Fundação e início da construção do Museu de Santa Maria de Lamas (MSML), promovida e financiada por Henrique Alves Amorim (1902-1977).
1950 a 1953: Período de maior recolha e aquisição, por parte de Henrique Amorim, dos elementos da vasta e valiosa coleção de Arte Sacra do MSML. Deste modo, na sua globalidade, a Talha dourada, a Imaginária, a Pintura, a Gravura, a Litografia, os Missais, os Ex-votos, a Paramentaria, as Alfaias e os Objetos de uso litúrgico que integram esta coleção, foram adquiridos, na sua maioria, em território luso. Diretamente em espaços religiosos intervencionados, hastas públicas, “residências particulares” ou antiquários. Situados no Porto, Póvoa do Varzim, Braga, Viseu ou Vila Nova de Famalicão.
Até 1959: Momento cronológico marcado pelos trabalhos de conclusão da primeira fase expositiva e estrutural do edifício do MSML. Um complexo arquitetónico que, desde os primórdios da sua composição, caracteriza-se pela proximidade do seu traçado exterior aos princípios “conservadores” da arquitetura pública da época, regrada pela ideologia nacionalista do Estado Novo (1926 – 1974). Assente na trilogia de valores: “Deus, Pátria e Família”.
1959: Em 5 de março, numa atitude de apreço pelo desenvolvimento cultural de Santa Maria de Lamas e sua população, Henrique Amorim procedeu à doação deste espaço museológico e espólio constituinte, para a Casa do Povo desta freguesia - uma entidade que, desde esse dia até à contemporaneidade, se preserva como “instituição tutelar” deste Museu.
1968: Tal como poderá comprovar a inscrição visível no solo do pórtico de entrada no complexo exterior do MSML - que associa o nome do fundador, “Henrique Amorim”, à referência cronológica “1968” - será datável desse ano a devida conclusão da segunda fase construtiva deste edifício museológico. Assim sendo, em 1968, o Museu “inaugurou” a sua planimetria final de 16 salas, distribuídas por dois andares.
1977: Com a morte de Henrique Alves Amorim, ocorrida no dia 20 de fevereiro, inicia-se um longo e “doloroso” período de 27 anos de “semi-adormecimento” no tratamento e conservação deste Museu.
2003/2004: Inicia-se o “Projeto de Reorganização Museográfica do MSML”. Revelando sentido de interesse e responsabilidade perante o Património, a direção da Casa do Povo celebrou um protocolo com o Departamento de Arte e Conservação e Restauro da Universidade Católica Portuguesa, com vista à orientação do relançamento, conservação, restauro e respetiva reestruturação deste complexo.
2005: Com o fim do protocolo em julho, foi criado um quadro técnico especializado, de modo a dar continuidade à implementação do “Plano Museológico”. Assim como a todos os trabalhos de intervenção e conservação; aos estudos interpretativos; e à definição de uma nova dinâmica comunicativa de promoção do Museu. Almejando, com os seus resultados práticos, a salvaguarda e a partilha das atividades, das memórias e do legado histórico deste Museu; e o reconhecimento, por todos os quadrantes da sociedade civil, leiga e especializada, nacional e internacional, da singularidade deste património material e imaterial que “preenche” o MSML.
2006: Criação do Serviço Educativo do MSML, uma marca de excelência e pedagogia, que prima pela aproximação dos diferentes quadrantes da comunidade a todos os conteúdos passíveis de abordagem e ao acervo exposto no Museu. Levando o público ao seu completo e claro entendimento.
2008: Término da primeira fase de recuperação do piso inferior do Museu, com a reabertura ao público de 3 das suas 10 salas, completamente intervencionadas e renovadas. Uma “empreitada” exigente do ponto de vista estrutural, com princípios orientadores baseados no pensamento e nas diretrizes da Museologia atual. Devidamente apropriados às necessidades do visitante contemporâneo e às “boas práticas” de exibição, interpretação e conservação de cada objeto exposto.
2009: Início do processo de credenciação do MSML na Rede Portuguesa de Museus (RPM).
2011: Marca o início da renovação de sinalética interna e externa de toda a envolvência física e temática do MSML. Neste projeto, salientam-se os princípios aplicados; nomeadamente a clareza, funcionalidade, rigor técnico, interpretativo, académico e científico dos conteúdos e materiais, proporcionando serviços informativos atrativos e esclarecedores.
2004 até ao presente: O Museu afirma-se como espaço de reflexão, estudo, partilha e interpretação de uma realidade que moldou a história de uma terra; e de um património que acompanhou o gosto e a evolução secular de um país. Assim sendo, este complexo, socialmente ativo, de grande valia cultural e pedagógica, demarca-se pelo contributo que presta à Museologia nacional. Invocando, em todo o seu acervo, Histórias e “Estórias” desta e das mais variadas regiões, “preservando, expondo e arquivando memórias” da Arte, do Culto, da Indústria, da Ciência e da Etnografia portuguesa.
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